A história
Bruce Wayne nasceu em 1916, filho do Dr. Thomas Wayne e sua mulher Martha. Bruce foi para a Mansão Wayne onde teve uma vida feliz e saudável até os oito anos, quando seus pais foram mortos por Joe Chill, um ladrão vulgar, quando voltavam para casa, depois de assistir a um filme no cinema. Após o acontecido, Bruce foi criado na Mansão Wayne por seu tio, Philip Wayne.Bruce jurou vingar-se. Treinou seu físico e intelecto, estudou diversas áreas do conhecimento que poderiam ajudá-lo em sua busca, incluindo química, criminologia, artes marciais e ginástica, bem como habilidades teatrais como disfarces, fugas e ventriloquia. Ele sabia, no entanto, que apenas essas habilidades não bastariam. Pensando nos criminosos como seres supersticiosos e covardes, Bruce pensou que seu disfarce deveria assustá-los, meter-lhes muito medo. Enquanto pensava sobre isso, um morcego entrou pela janela, inspirando-o a se tornar o Batman. Inicialmente, o Batman não foi bem aceito pela polícia, mas o "Cruzado de Capa" conseguiu a simpatia dos homens da lei no começo da década de 1940. Em 1940, Bruce adotou o órfão Dick Grayson, após seus pais, os Graysons Voadores, serem brutalmente assassinados durante sua apresentação no circo em Gotham. Dick tornou-se o parceiro de Batman, Robin. Também em 1940, Batman tornou-se um dos membros-fundadores da Sociedade da Justiça da América. No final dos anos 1970, a vida de Bruce Wayne ficou tumultuada, enquanto ele lidava com a morte de sua esposa Selina. Após a morte de Selina, Bruce aposentou o Batman permanentemente, mas teve que voltar à ativa quando o criminoso Bill Jensen ganhou poderes sobre-humanos de um feiticeiro chamado Frederic Vaux. Jensen e Batman lutaram, enquanto Jensen usava seus poderes para destruir a si mesmo e ao Batman. Bruce Wayne foi enterrado ao lado de sua esposa Selina. Depois que Vaux foi derrotado, Senhor Destino usou seus poderes para apagar de todos a lembrança de que Bruce Wayne era o Batman, fazendo com que todos acreditassem que os dois faleceram quase ao mesmo tempo
população percebeu sua real intenção.
Seriados de Cinema
Em 1943, as tiras de Batman eram publicadas em mais de 20 jornais dos EUA e todo esse sucesso levou o herói mascarado às telas de cinema pela primeira vez, no seriado The Bat Man.
Produzido pela Columbia Pictures, The Bat Man foi estrelado por Lewis Wilson (Batman) e Douglas Croft (Robin). A história, de 15 capítulos, mostrou um espião japonês que transformava pessoas em zumbis escravos de Hitler. Problemas técnicos, problemas com atores e roteiro que não foi fiel aos quadrinhos impediram o sucesso da produção.
Em 1949, um segundo seriado foi produzido pela Columbia. A Volta do Homem-Morcego (Batman and Robin), também com 15 episódios, trouxe Robert Lowery no papel de Batman e Johnny Duncan como Robin. No enredo, um mal-feitor quer roubar diamantes para servir como fonte de energia para uma espécie de controle remoto capaz de controlar qualquer veículo à distância. “A Volta do Homem-Morcego”, que apresentou ao público a fotógrafa Vicky Vale, também não fez sucesso.
A Série de TV
No início dos anos 1960, as tiras de Batman estavam se desgastando e quase foram canceladas. A salvação da franquia veio por meio da televisão.
Na época, as redes americanas CBS e NBC concentravam a audiência com seus programas familiares Os Monstros, Perdidos no Espaço e Daniel Boone. Em um esforço para competir com as rivais de maior audiência, a pequena ABC fez contato com o estúdio 20th Century – Fox a fim de oferecer ao público uma programação extravagante, atrativa e bem concebida. Foi então que Douglas Cramer, executivo da ABC, sugeriu um programa baseado em Batman, o herói dos quadrinho. Cramer frequentava o Chicago Playboy Club em 1964, onde o dono do império Playboy, Hugh Hefner, projetava com grande sucesso os velhos seriados de Batman dos anos 1940. O executivo começou a prestar atenção no entusiasmo com que Hefner, seus amigos e até as coelhinhas tinham ao assistir Batman.
Na época, as redes americanas CBS e NBC concentravam a audiência com seus programas familiares Os Monstros, Perdidos no Espaço e Daniel Boone. Em um esforço para competir com as rivais de maior audiência, a pequena ABC fez contato com o estúdio 20th Century – Fox a fim de oferecer ao público uma programação extravagante, atrativa e bem concebida. Foi então que Douglas Cramer, executivo da ABC, sugeriu um programa baseado em Batman, o herói dos quadrinho. Cramer frequentava o Chicago Playboy Club em 1964, onde o dono do império Playboy, Hugh Hefner, projetava com grande sucesso os velhos seriados de Batman dos anos 1940. O executivo começou a prestar atenção no entusiasmo com que Hefner, seus amigos e até as coelhinhas tinham ao assistir Batman.
No verão de 1965, a ABC firmou um contrato exclusivo com a 20th Century – Fox para produzir 13 programas. William Dozier, proprietário da Greenway Productions, foi informado de que a ABC havia adquirido os direitos de Batman para uma série e se candidatou para produzi-la. Antes de escrever o roteiro do episódio-piloto, Dozier comprou revistas em quadrinhos de Batman de várias épocas. Ele achou que fosse “coisa de maluco”, mas uma idiia simples veio à mente do produtor: o exagero. A série teria muito humor para os adultos e, ao mesmo tempo, a dupla dinâmica seria estimulante para as crianças. Dozier sabia que o sucesso do programa dependia deste espírito humorístico e escreveu o episódio-piloto com a ajuda de Lorenzo Semple Jr., um roteirista com queda pela sátira. Com o script na mão, Dozier saiu à procura de um diretor que pudesse dar vida aos quadrinhos e contratou Robert Butler, mais conhecido por seu trabalho em comédias televisivas comoGuerra, Sombra e Água Fresca. William Dozier começou a pensar no estilo da série e decidiu filmá-la em cores, processo que ainda era novo na televisão. As cores fortes nas roupas e no cenário nunca haviam sido empregadas. As famosas onomatopéias (Bam!, Kapow!, Splatt!) deixaram a série com ainda mais semelhança com os quadrinhos.
Os produtores queriam também usar objetos de cera e dispositivos diferentes. Contrataram o famoso construtor de carros especiais George Barris para criar e fabricar o automóvel mais fabuloso do mundo, o Batmóvel. William Dozier solicitou a Barris que criasse um Batmóvel mais moderno daquele desenhado por Bob Kane nos quadrinhos, um Lincoln Zephyr ano 1937, com um morcego na frente. Ele queria incorporar os traços do morcego no carro, sendo que os paralamas – onde ficavam os faróis, eram as orelhas. A boca era a grade e o nariz se projetava no capô, de onde sairia um objeto cortante. A base do Batmóvel foi um Lincoln Futura. Os produtores sabiam que mesmo que o carro fosse cheio de estilo, o sucesso de Batmandependia totalmente de fazer o público entender este tipo inusitado de humor. A procura agora era para encontrar um ator para interpretar Batman, sobretudo com formação em drama, mas com talento também para a comédia.
O Elenco
Certo dia, um empresário procurou Dozier e mostrou-lhe uma foto de um rapaz chamado Adam West, com uma prancha na mão. Ele era Adam West, que havia passado uma temporada na Itália atuando em filmes e estava de volta à Califórnia. West já vinha trabalhando em Hollywood havia seis anos, participando de séries como Hawaiian Eye, Maverick, 77 Sunset Strip e de filmes como “Geronimo” (1962), “Robinson Crusoe on Mars” (1964) e “The Outlaws is Coming” (1965), com Os Três Patetas, seu único papel cômico.
Em 1960, West tinha um papel fixo na série de tevê Os Detetives, ao lado de Robert Taylor. Mas, seus papéis nunca exploravam sua qualidade mais notável: o talento para um tipo de humor muito peculiar. Em 1965, no entanto, essa sua veia cômica chamou a atenção de William Dozier.
O empresário de West o informou que a Fox tinha um novo projeto chamado “Batman” e queria conversar com ele. Depois da surpresa, o ator declarou que queria fazer uma carreira séria, chegou a desligar o telefone, mas mesmo assim acabou se encontrando com o assistente de produção Charles Fitz Simons. Rapidamente observou-se o potencial de Adam para fazer o papel de Batman, já que ele compreendia o que era uma comédia extravagante. “Você terá de fazê-lo como se fosse Hamlet”, disseram os produtores.
Depois de ler o script, Adam West enxergou que era sua chance para o sucesso e obrigou os produtores a contratá-lo imediatamente, pois caso contrário ele voltaria para a Europa.
West estava pronto para interpretar Batman, mas os produtores tinham dificuldades para encontrar a outra metade da dupla dinâmica: Robin e seu alter-ego, Dick Grayson. Charles FitzSimons continuou entrevistando jovens atores, até que Burton Gervis se apresentou, a pedido de seu empresário. Ele era um universitário que queria ser ator e vendia imóveis nos fins-de-semana para se sustentar. Estava com 20 anos, não tinha muita experiência como ator e este foi seu primeiro teste como profissional. Foi à entrevista sem saber ao certo do que se tratava, tanto que, quanto lhe pediram para colocar aquelas meias coloridas, achou que iria participar de um filme pornográfico. Tudo ocorreu bem e Burton acabou sendo aprovado, apenas com a condição de mudar seu nome para Burt Ward. Os produtores ficaram impressionados quando viram Burt pela primeira vez. Era como se o personagem das histórias em quadrinhos tivesse saído das páginas. Dozier identificou uma combinação de entusiasmo, sinceridade e boa aparência. Achou que ele seria perfeito para compensar a atuação mais séria de Adam West na série.
Apesar de que em 23/09/1965 o contrato de Adam West já estava pronto para ser assinado, o ator Lyle Waggoner – que depois seria o Major Steve Trevor na série de tevê A Mulher Maravilha - foi convocado (junto ao ator Peter Deyell) para fazer testes perante os executivos da ABC. Com a dupla dinâmica escolhida, William Dozier procurou atores veteranos para os personagens coadjuvantes. Neil Hamilton seria o Comissário Gordon; Stafford Repp encarnaria Chefe O’Hara, o braço direito do comissário; Alan Napier o fiel mordomo Alfred; e Madge Blake a amorosa Tia Harriet. A galeria de vilões foi composta por um elenco estelar. Frank Gorshin fez o papel do Charada; o veterano ator de teatro e cinema Burgess Meredith encarnou o Pinguim; e a famosa estrela da Broadway Julie Newmar foi a Mulher-Gato. Os outros vilões incluíam Roddy Mcdowell (Traça), Victor Buono (Rei Tut) e Vicent Price (Cabeça-de-Ovo). Fato curioso sobre a famosa risada do Pinguim é que ela surgiu devido ao cigarro que o personagem tinha que fumar (ou fingir que estava fumando). Na verdade, a fumaça incomodava o ator Burgess Meredith, que não era tabagista e a risada disfarçava a tosse.
O Episódio-Piloto
O roteiro do episódio-piloto de Batman foi baseado livremente em “The Remarkable Ruse of the Riddler”, uma história que Gardner Fox escreveu para a revista Batman nº 171, de maio de 1965. Ele se afastava da ideia que tinha a ABC, que pedia um policial que destacasse o lado detetive das histórias do homem-morcego. No entanto, Dozier seguiu adiante com a premissa de relançar antigas histórias. O piloto foi gravado às pressas em novembro de 1965, já que a série estrearia no meio da temporada, em janeiro de 1966. Seu orçamento chegou a ser até três vezes mais caro que o normal, visto a quantidade de sets de filmagem a serem construídos, principalmente a Batcaverna. O primeiro episódio apresentou ao público a cidade fictícia de Gothan City e seus heróicos defensores da lei, Batman e Robin. Também foram apresentadas as façanhas malucas de um dos arqui-inimigos da dupla dinâmica, o Charada, interpretado pelo mundialmente famoso imitador e ator Frank Gorshin.
O humor inusitado contido já no episódio-piloto da série pode ser personificado em uma fala irreverente inserida propositalmente. Batman entra em uma boate com sua roupa extravagante.
- Mesa perto da pista? – indagou o maitre.
- Só estou observando. Vou ficar no bar. Não quero chamar a atenção – disse Batman (!!).
De acordo com Dozier, isso era fundamental para o humor do programa, que não era convencional e satirizava os próprios personagens. Um fato curioso é que os produtores gostaram do piloto, mas um público selecionado para vê-lo em uma sessão especial o desaprovou. Em uma escala de 0 a 100, Batman ficou com 49 pontos negativos. Certamente, não entenderam bem a linguagem da série.
A Estreia
A um dia da estreia de Batman, a ansiedade havia chegado a níveis muito altos. A ABC queria um milagre, enquanto Adam West e Burt Ward esperavam fazer sucesso. Mas ninguém estava preparado para o frenesi que estava por vir.
No dia 12/01/1966, às 19h30, Batman finalmente estreou na rede ABC de televisão. Naquela noite, muita gente ligou a tevê para acompanhar as aventuras cafonas da dupla dinâmica. Ao contrário do teste feito anteriormente, Batman foi um sucesso imediato, com 52 pontos de audiência, transformando-a na série de maior sucesso instantâneo da tevê. Tudo graças a uma grande campanha de marketing. Até mesmo os executivos de Hollywood ficaram surpresos com o sucesso e trataram o herói como o salvador da tevê. A série era boa diversão para toda a família. As crianças adoravam as cenas de ação e os adultos as aparições de belas vilãs e assistentes de vilões, sem contar a Mulher-Gato e a Batgirl, que chegaria só na 3ª Temporada. A Mulher-Gato, por exemplo, tinha uma queda pelo herói e, com frequência, arranhava Batman lentamente com suas patas. O escritor Stanley Ralph Ross adorava manter a tensão sexual entre ambos.
Em 1966, os EUA estavam vivendo grandes mudanças sociais e políticas, como o movimento pelos direitos civis e a Guerra do Vietnã, que aparecia todos os dias nos jornais. O momento parecia ideal para uma série que homenageava com humor uma época mais simples, na qual o conflito poderia ser definido em termos do bem contra o mal. Em Batman, o mal se apresentava na forma de diversos vilões sempre presentes. O produtor William Dozier teve de se esforçar para convencer alguns atores mais famosos a aceitar os papéis, principalmente o famoso ator do cinema latino, César Romero, que aceitou o papel do Coringa com a condição de que não tivesse de raspar seu bigode. A solução foi cobri-lo com maquiagem.
A série também chamava a atenção por que ia ao ar duas vezes por semana. A primeira exibição terminava em uma cena de suspense, seguindo o modelo dos antigos seriados das matinês de sábado. Originalmente, os episódios foram gravados com uma hora de duração, mas eles passaram a ser divididos em dois episódios de meia-hora. Para esta nova fórmula dar certo, o produtor William Dozier precisou de um narrador. As pessoas que fizeram teste não serviram e o próprio Dozier acabou assumindo o posto. “Veja as respostas amanhã, na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal”, diziam as locuções.
1ª Temporada
Durante a 1ª Temporada, Batman manteve o primeiro lugar de audiência e os roteiristas continuavam criando piadas. O tom da série foi dado por Lorenzo Semple Jr, um dos escritores do piloto. Aos poucos, o restante da equipe que foi acrescentando mais toques malucos, chegando até ao bizarro. O estilo da série ficou conhecido por “camp”, ou seja, exagerado, artificial, espalhafatoso, mas divertido.
Com o grande sucesso da série, surgiram convites de eventos ao vivo, que Adam e Burt adoravam fazer. Adam se orgulhava em ser o Batman e ele se tornou muito requisitado.
Fãs da série e admiradores de carros ficaram encantados com o design diferente e estilo chamativo do Batmóvel. O carro se tornou tão famoso que milhares de pessoas compareciam aos salões só para vê-lo. Adam ganhava $10 mil e Burt $5 mil para comparecer nestes salões.
No final da 1ª Temporada, os rostos da dupla dinâmica eram os mais famosos da televisão. Multidões de homens, mulheres e crianças o acompanhavam frequentemente. Com todo esse sucesso, eles foram chamados para fazer comerciais de tevê.
Adam West e Burt Ward haviam se tornado ícones da cultura pop. A “Batmania” invadia todo o país, ditando uma nova moda nas roupas, penteados e até a louca dança Batusi, mostrada em alguns episódios. Havia inúmeros produtos com a marca “Batman”, como brinquedos, lancheiras, copos, taças etc. No primeiro ano de exibição da série, 75 milhões de dólares foram vendidos em artigos, superando até os produtos de James Bond, que eram os mais vendidos.
O Longa-Metragem
Na primavera de 1966, entre a 1ª e 2ª temporadas, o estúdio 20th Century – Fox quis ganhar mais dinheiro com a franquia “Batman”. Eles ofereceram a Adam West e Burt Ward contratos lucrativos para participarem de uma versão da série para o cinema. “Batman, o Filme” (lançado em DVD no Brasil) apresentava a dupla dinâmica enfrentando uma dose quatro vezes maior de pessoas más. O Coringa, a Mulher-Gato, o Charada e o Pingüim se uniram para ameaçar Gothan City. A Mulher-Gato original, Julie Newmar, não estava disponível, e o papel da linda adversária de Batman ficou com a ex-miss EUA Lee Meriwether.
Produzido em seis semanas e lançado em agosto de 1966, o filme seguiu a fórmula bem sucedida da série de tevê e atraiu um grande público com seu humor um pouco cafona. Novos equipamentos de Batman foram apresentados, como o Batcóptero e a Batlancha.
DVD do Filme |
O filme lançou Adam West ainda mais alto no estrelato. Aliás, o ator sempre dedicou bastante tempo para seus fãs. Houve um momento de sua carreira em que centenas deles o seguiam diariamente. Burt Ward também recebia grande assédio dos fãs, a ponto de, certa vez, irem secretamente à lavanderia de um hotel que o ator estava hospedado para tirar fotos com suas roupas, mesmo que molhadas. A 2ª Temporada da série chegaria no outono de 1966 e também teria bons índices de audiência. No final desta temporada, Burt Ward se casou com uma das filhas do Coringa, a atriz Kathy Kersh.
2ª Temporada
Quando a 2ª Temporada estreou, os problemas que haviam começado a surgir na 1ª Temporada já estavam aparentes. Os produtores tentavam conter o aumento dos custos de produção e os atores também enfrentavam alguns problemas. Adam e Burt tinham de vestir meias desfiadas, com dobras nos tornozelos e joelhos, além de grandes protuberâncias nos shorts. A Liga Católica em Prol da Decência pressionou a ABC por causa do short de Robin, até que o problema fosse solucionado. O capuz de Batman também trazia problemas e Adam West precisava de uma toalha para se secar, devido ao calor.
DVD |
Na tela, Batman e Robin estavam unidos para combater o mal. Mas fora dela, os desentendimentos entre Adam e Burt vinham se intensificando havia meses. Na verdade, Adam era o oposto de Burt. Ele tinha grande experiência com outras séries, era um ótimo ator, mas era estrela demais. Queria seu chá todos os dias, às 4 da tarde. Já Burt estava apenas de divertindo e isso às vezes trazia sua imaturidade à tona.
Apesar dos problemas que aconteciam no set, Batman continuava a ser o campeão de audiência. Para o produtor William Dozier, a maior satisfação era ver a reação dos grandes astros de Hollywood. A contratação de mais artistas conceituados iria aumentando a lista de gente famosa que interpretava vilões durante a 2ª Temporada.
As histórias de Batman evoluíram bastante desde os quadrinhos, mas houve uma fidelidade aos personagens nesta versão televisiva. Alguns deles foram criados especialmente para combinar com os astros do programa. Mas nem todos os convidados interpretavam vilões. Alguns atores fizeram pequenas participações como eles mesmos, tal como Sammy Davis Jr. Outros convidados apareciam interpretando seus próprios personagens da rede ABC, a exemplo de Ted Cassidy interpretando Tropeço (A Família Addams). O canal não perdia a oportunidade de divulgar outras séries e chegou a usar Batman para promover O Besouro Verde, com Van Williams e Bruce Lee, programa também produzido por William Dozier. Para manter a modernidade da série, os roteiristas ousavam muito, principalmente na química sexual entre Batman e a Mulher-Gato.
3ª Temporada
Quando a 2ª Temporada de Batman estava chegando ao fim, a audiência estava começando a cair. O humor estilizado da série estava ficando prejudicado. As exibições seguidas dos episódios contribuíram para o desgaste da série. Por causa disso, a ABC passou a exibi-la uma vez por semana durante a 3ª Temporada. Se esforçando para manter o sucesso, os produtores tentaram dar sobrevida ao programa, criando uma nova e bela personagem que interpretaria a terceira justiceira de Gothan City: a Batgirl, interpretada por Yvonne Craig. A intenção era atrair mais os homens, mas nem suas belas curvas salvariam o programa.
Para Adam West e Burt Ward, no entanto, a chegada da Batgirl parecia uma estratégia desesperada, gerando insegurança entre os protagonistas. Os roteiristas acharam difícil incluir um outro personagem na fórmula, principalmente por que as exibições haviam diminuído. Além disso, Julie Newmar estava novamente indisponível e os produtores tiveram que contratar a atriz e cantora Eartha Kitt para encarnar a Mulher-Gato. Todas as mudanças não bastaram para impedir a queda da audiência da série. Por isso, a ABC começou a reduzir o orçamento para a produção de Batman. Foi ficando cada fez mais difícil manter o alto padrão que os produtores haviam estabelecido para que aquele tipo de humor desse certo. Os problemas financeiros prejudicaram a criatividade dos atores e, com isso, a audiência foi caindo. Um exemplo de corte de gastos pode ser visto no episódio “De Médico e Louco”, com participação da atriz Ida Lupino e Howard Duff. Foi criada uma fórmula para tornar os bandidos invisíveis e uma onda de terror seria iniciada. Para combater isso, Batman apaga as luzes, ninguém vê ninguém, e a luta é mais justa. Na verdade, não havia verba para filmar as lutas com todos os bandidos em cenas diferentes. Assim, deixaram tudo escuro e simplesmente fizeram os efeitos sonoros e onomatopeias.
Mas nem toda essa economia ajudou a salvar Batman. Em 1968, Adam e Burt ficaram muito decepcionados ao saber que não haveria uma quarta temporada do programa. A ABC decidiu pelo cancelamento, pois não havia audiência suficiente no segmento esperado, ou seja, dos adultos consumidores. A popularidade de Batman caía na mesma velocidade que subiu e no dia 14/03/1968, menos de três anos depois de sua estreia, Batman salvou Gothan City pela última vez em horário nobre. Harve Bennett, da rede ABC, justificou que “a piada ficou sem graça”.
0 comentários :
Postar um comentário